1. Introdução

Os contingentes estrangeiros chegados a Portugal em 1641 têm sido estudados no que respeita à estrutura, comportamento dos oficiais e soldados, desempenho de algumas unidades, sua formação e desagregação e destino posterior de vários combatentes. No entanto, a escassez de documentos quantitativos torna difícil a obtenção de uma perspectiva da real prontidão operacional e eficácia das unidades ao longo do tempo, a sua composição e efectivos no terreno (muito flutuante e nem sempre coincidente com a orgânica idealizada no papel), a forma precisa como estavam armadas e equipadas. Apesar dessa dificuldade, o recurso às poucas fontes quantitativas existentes permite ensaiar um retrato de pormenor da situação das unidades estrangeiras em Portugal na fase inicial da Guerra da Restauração e a sua comparação com as portuguesas.

Este é um dos objectivos do presente estudo, sem que se esgote na micro-análise o seu propósito, que servirá também para contextualizar o recurso a unidades mercenárias em Portugal e as suas limitações, com o reavivar, em meados do século XVII, desse procedimento na Europa.

O limite temporal foi reduzido aos primeiros anos do conflito (1641-1645), não de forma arbitrária, mas porque no decurso deste período coincidiram dois aspectos fundamentais: o esvaziamento da estratégia de recurso a regimentos estrangeiros (aliados ou mercenários) como núcleo experiente e resiliente do exército da Coroa portuguesa, e o encetar de uma reorganização administrativa desse mesmo exército, no que às tropas pagas diz respeito, cujas linhas estruturais perdurariam, com pequenas adaptações, muito para além do final da guerra – com efeito, até às reformas encetadas por D. João V em 1707. Será dado particular destaque à cavalaria, uma vez que era a arma de serviço mais sensível nesta época, pela importância táctica e pelo elevado custo que comportava em montadas, armamento (sobretudo as armas de fogo: pistolas e carabinas) e equipamento, e também aquela onde unidades totalmente compostas por estrangeiros combateram a par das portuguesas. Aliás, nada de semelhante se passou na infantaria, onde a presença estrangeira nos primeiros anos da guerra se diluiu nos terços portugueses, exceptuando algumas unidades autónomas do escalão companhia, muito pontualmente formadas e de curta duração.

2. As unidades estrangeiras no início da Guerra da Restauração e o seu envolvimento na guerra de fronteira

O contingente oriundo de França chegou a Lisboa a 9 de Agosto de 1641, na armada do Marquês de Brézé. Era constituído por cerca de 100 militares enviados pelo Cardeal Richelieu para auxiliar Portugal na guerra contra os exércitos de Filipe IV. Oficiais na sua grande maioria, com alguns criados e familiares, nem todos eram franceses, pois havia também irlandeses, genoveses e venezianos, entre as origens que é possível traçar. Um efectivo muito distante dos 4000 soldados prometidos pelo Cardeal.

Na verdade, tratava-se apenas da espinha dorsal das unidades a constituir, nas quais se previa a integração de soldados portugueses. Não se tratava de um contingente aliado no sentido estrito do termo: as tropas não seriam pagas pela Coroa francesa, devendo os coronéis negociar com D. João IV os seus contratos de serviço, como qualquer contingente mercenário. Pelo menos no papel, seriam onze regimentos: sete de cavalaria (cinco de cavalaria ligeira, semelhante aos cavalos arcabuzeiros portugueses, um de carabineiros – na prática, sem grande diferença da cavalaria ligeira – e um de dragões, num total de 21 companhias) e quatro de infantaria. A composição destas unidades ficou definida por decreto régio em Setembro de 1641.

Nenhum dos 3 regimentos de infantaria tomou forma, passando os oficiais a comandar ou a integrar terços portugueses, por vezes reforçados com alguns estrangeiros. Quanto à cavalaria, em Novembro de 1641 os comandantes receberam ordem de marcha para as fronteiras. À excepção do regimento de cavalaria ligeira do coronel Mahé de La Souche, que devia seguir para a província da Beira, todos os outros estavam destinados a operar no Alentejo, onde a falta de cavalaria era maior. Porém, as unidades ainda não estavam formadas por essa altura.

As hostilidades na fronteira do Alentejo tinham tido um início algo tardio, em 9 de Junho de 1641, com uma escaramuça junto à raia. A primeira unidade estrangeira a entrar em operações naquela província (e em qualquer das outras) foi a companhia de cavalos do genovês Francisco Fiesco, Conde de Lavagna. Chegada a Portugal na armada enviada por Richelieu, mas não fazendo parte de qualquer dos regimentos, a companhia do Conde Fiesco (como também era conhecido o comandante) tinha oficiais e soldados franceses e chegou ao Alentejo em meados de Setembro (portanto, ainda antes da composição dos regimentos franceses estar definida por decreto régio), tendo entrado em operações quase de imediato5. Nesse mesmo mês de Setembro estava já em Lisboa o contingente holandês. Chegado em finais de Agosto, com um contrato celebrado com a Coroa portuguesa e válido por três anos, decorreria mais de um mês até que as cartas patentes para os oficiais fossem atribuídas.

A composição inicial do contingente pressupunha a existência de dois regimentos, um de cavalaria, a dez companhias, comandado pelo tenente-coronel Jan Willem van Til, o outro de dragões, com oito companhias, sob o comando do tenente-coronel Estacius Pick. O comando geral do contingente estava a cargo do coronel Lambert Floris van Til, irmão de Jan Willem, que também comandava uma companhia de cavalaria. No total, 18 companhias de tropas montadas com cerca de 600 homens no total. O segundo regimento nunca tomaria forma: apenas algumas companhias de dragões chegaram a constituir-se, mas foram incluídas no regimento de cavalaria (quase sempre referidas nas fontes como cavalaria, nunca como dragões, enquanto as companhias que permaneceram apeadas são frequentemente referidas como infantaria).

Ao contrário dos franceses, os holandeses trouxeram a maior parte dos seus cavalos (cerca de 400), mas as selas deviam ser parcialmente fornecidas pelos portugueses e a produção foi muito demorada. Por outro lado, não havia montadas suficientes para os dragões, o que obrigou à reconversão dos efectivos apeados em infantaria propriamente dita, fora da orgânica do contingente, que ficou assim reduzido a um único regimento. Com o remanescente foram constituídas companhias independentes de infantaria.

A entrada em acção dos holandeses – que serviram exclusivamente no Alentejo enquanto regimento – foi também sendo retardada por problemas com o pagamento dos soldos, de modo que só no final de Outubro começaram a chegar à zona de guerra algumas unidades, mais precisamente a Estremoz e depois Elvas. A primeira de que há notícia foi uma das companhias reconvertidas em infantaria. Em finais de 5 de Novembro estavam também três companhias de cavalaria em Campo Maior, comandadas pelo capitão Jacob van Wagen.

 Seria preciso esperar pelo ano seguinte para encontrar mais unidades de cavalaria estrangeira em operações – e sempre no Alentejo. Em Janeiro e Fevereiro de 1642, alguns motins causados pela falta de pagas tinham agitado os contingentes francês e holandês e indisposto os comandos militares portugueses. Muitos oficiais estrangeiros haviam regressado a Lisboa para tratar de reclamar os soldos em atraso. Foi durante esta fase conturbada que morreu o coronel Lambert van Til, tendo o comando do regimento passado para o seu irmão Jan Willem.

A situação em relação aos pagamentos foi parcialmente resolvida e em Fevereiro de 1642 quatro companhias holandesas com 80 cavalos, acabadas de chegar de Estremoz, entraram em combate nos olivais de Elvas, não tendo tido um desempenho muito capaz. Em Março, duas companhias holandesas e uma francesa – do coronel Jean Pierre de La Roque, Marquês de Gravelines – participaram numa entrada em Vilar d’El Rey. Nesse mesmo mês há notícia de uma companhia holandesa combatendo como infantaria: a do capitão Frederik Streecht, que o era de dragões, mas que nesta altura estaria desprovida de montadas. Entre Março e Abril, a companhia de cavalos do capitão van Wagen integrou as forças portuguesas em várias incursões, nomeadamente aos arredores de Albuquerque; e com a de Conrad Piper participou numa entrada nas imediações de Codiceira, onde também participaram os infantes holandeses de Streecht, muito activos neste período. Nos finais de Abril registaram-se novos motins, que se prolongariam pelo mês seguinte.

Principiaram entre os holandeses, mas rapidamente alastraram aos franceses. Os excessivos soldos auferidos pelos estrangeiros, se causavam um surdo descontentamento entre os portugueses pela exagerada diferença, motivavam igual estado de ânimo entre os militares forasteiros, mas devido à raridade e escassez com que eram liquidados.

Os protestos foram ruidosos, recusando-se mesmo os holandeses a entrar em combate. Além disso, havia queixas dos soldados franceses, que viam os seus oficiais ficar com a parte de leão – ou mesmo a totalidade – dos soldos na altura das mostras pagas. O procedimento era comum em França quando os oficiais procuravam recuperar os gastos com o recrutamento e equipamento das suas unidades, mas contrariava o processo seguido no exército português. Em plena convulsão, houve companhias que se mantiveram operacionais, como a do sargento-mor de cavalaria Alexandre van Harten, que em meados de Maio entrou em combate.

Todavia, estes momentos de rebeldia das tropas estrangeiras tiveram consequências drásticas no que respeita à constituição futura das suas unidades. A fim de aperfeiçoar a administração do exército, novos regulamentos viriam a ser implementados após a visita do doutor Gregório Valcácer de Morais às várias províncias, nomeadamente o Regimento de Fonteiras de 28 de Fevereiro de 1642 (alterado em alguns pontos ainda nesse ano e nos seguintes), bem como o do vedor geral do exército, o do contador geral e o do pagador geral. Na ocasião dos motins não estavam ainda adquiridas as rotinas administrativas recém-introduzidas.

Porém, estas medidas viriam a ser importantes no futuro, em conjunto com a revisão imediata dos contratos com os oficiais estrangeiros, para reduzir as exageradas disparidades de soldo entre estes e os portugueses. Ainda que continuassem a auferir o dobro dos naturais do Reino, uma vez que não tinham outros meios (propriedades, familiares, amigos) de que se valessem em terra estranha, os militares estrangeiros viram substancialmente reduzidas as suas remunerações a partir de 15 de Maio de 1642. Várias unidades estrangeiras que só no papel existiam foram dissolvidas definitivamente, despedindo do Reino, ou transferindo para cargos e postos vacantes nas unidades estrangeiras ou portuguesas, os oficiais que ainda não tinham ocupação efectiva, mas a quem se continuava a pagar soldo. Os coronéis Boucquoy de La Motte e Mahé de La Souche optaram por regressar a França. Ultrapassado o sobressalto dos protestos, no resto do ano de 1642 prosseguiu a participação das forças estrangeiras na pequena guerra da raia, de um e outro lado da fronteira entre o Alentejo e a Extremadura espanhola. Esporadicamente, ainda voltariam a ocorrer problemas: em 27 de Junho, uma das companhias de cavalos holandesa estacionada em Campo Maior recusou-se a participar num combate por não ter sido provida de pagamentos em atraso.

Enquanto alguns oficiais holandeses também deixavam o Reino, era dada ordem para que o regimento de cavalaria mercenária das Províncias Unidas fosse reorganizado. As companhias deviam passar a ter um efectivo de 100 homens cada e serem repartidas por diversas praças do Alentejo, de modo a que os holandeses ficassem sempre em inferioridade numérica em relação aos portugueses. O desiderato não foi cumprido à risca no que toca ao demasiado optimista número de homens por companhia, mas o total destas fixou-se em doze, sendo 8 de cavalaria e 4 de dragões.

As referências na literatura propagandística da época deixam perceber que as unidades estrangeiras estiveram bastante activas entre Junho e Agosto de 1642. Oito momentos de combate são reportados por Marinho de Azevedo durante esse período, envolvendo companhias de cavalaria sob o comando dos coronéis Marquês de Gravelines, Chantereine, Boisemont e van Til e pelos capitães Piper e Conde Francisco Fiesco.

Num período ligeiramente mais extenso, até ao início de Outubro, o prolífero Aires Varela recorda 17 acções, referindo os seguintes oficiais: sargento-mor de cavalaria van Harten, capitães Piper, van Wagen, de Cleer, Conde Francisco Fiesco, (comandando companhias de cavalaria); Estacius Pick, Doecy, van Plettemburg, Finkelthus, de La Roche (capitães de dragões, combatendo como infantaria) e os coronéis van Til, Chantereine e Boisemont. Aires Varela tece ainda elogios ao capitão Henri de La Morlaye, o Maltês (assim designado porque era cavaleiro professo da Ordem Militar de São João de Malta), primo de um outro Henri de La Morlaye, também capitão. O Maltês morreu em combate em Outubro de 1642.

No Verão de 1643 foi encetada a campanha ofensiva do exército do Alentejo, com a presença de D. João IV, ainda que o monarca se tivesse mantido a uma distância segura da zona de operações, que se desenrolou na Extremadura espanhola. Do exército provincial reforçado para o efeito, constavam os coronéis franceses Marquês de Gravelines, Montjouant, Boisemont e Chantereine e o holandês van Til.

O cronista Salgado de Araújo refere-os como comandantes de regimentos, mas o facto é que só havia dois regimentos por essa altura, o holandês de van Til e o francês de Gravelines. Os outros coronéis comandariam companhias próprias e exerceriam o comando táctico de grupos de companhias, como já acontecia até então. Araújo nomeia as companhias holandesas dos capitães Piper, Waremburg, Lamair, de Cleer, van Wagen, Finkelthus e van Plettemburg, estes dois últimos de dragões. Dos franceses são apresentados apenas seis comandantes de companhia: La Morlaye, Brison, du Plessis, Tamericurt, Rosières e Torterue. A companhia do Conde Francisco Fiesco também surge na lista dos estrangeiros.

No início desse mesmo ano de 1643 tinha-se apertado a vigilância do poder central sobre os soldos auferidos pelos estrangeiros e o préstimo individual dos comandantes. Descontentes, alguns oficiais franceses que ainda não tinham regressado às suas terras de origem fizeram-no depois da campanha do exército do Alentejo: os coronéis Montjouant, Boisemont, Mazeros e Chantereine partiram entre 9 de Agosto e Setembro de 1643. Em François Huybert de Chantereine terá perdido a Coroa um dos melhores oficiais estrangeiros que a serviram neste período, de acordo com as fontes de diversa natureza que referem a sua prestação – incluindo o insuspeito testemunho do soldado português de cavalaria Mateus Rodrigues. O abandono de oficiais franceses prosseguiu no ano seguinte: os capitães Brisson de La Touche e Torterue e o tenente Jean du Breuil, que servira na companhia do coronel Chantereine, deixaram o reino nos primeiros meses de 1644, tal como outros oficiais .

O regimento francês passou a ter seis companhias (cinco de cavalos e uma de dragões), continuando sob o comando do Marquês de Gravelines. Quanto ao regimento holandês, manteve a sua estrutura. Os regimentos eram unidades meramente administrativas, operando as companhias individualmente ou agrupadas ad hoc, tal como acontecia com as portuguesas. Provavelmente para colmatar as perdas, aparece por esta altura integrada no regimento de Gravelines a companhia de Francisco Fiesco. Este oficial cairia prisioneiro dos espanhóis na batalha de Montijo, em 26 de Maio de 1644, tal como o então mestre de campo Estacius Pick, comandante de um terço português.

Na mesma batalha distinguiram-se, por actos de bravura individual, o capitão francês La Morlaye (primo do Maltês morto em combate em 1642) e o holandês van Wagen, que saiu muito ferido da contenda. Já o capitão Conrad Piper, que comandava 170 cavaleiros holandeses, seria apontado como responsável pela derrocada do exército português na primeira fase daquela batalha. Entre os 10 mortos contou-se o capitão holandês Streecht, de dragões (agora efectivamente providos de montadas, pois o nome do oficial é referido como sendo de cavalaria).

O mito da responsabilidade de Conrad Piper, veiculado pela literatura propagandística portuguesa da época, não constituiu mais do que o empolamento de um incidente para justificar o mau sucesso inicial da batalha.

Os acontecimentos posteriores – afastamento do general da cavalaria Francisco de Melo e do comissário geral Gaspar Pinto Pestana; reforma da cavalaria portuguesa, com a introdução de companhias de cavalos couraças, com maior poder de choque, em imitação das que existiam na cavalaria espanhola; e principalmente a promoção do coronel van Til a tenente-general da cavalaria do Alentejo – demonstram que os estrangeiros, em particular os holandeses, continuavam a ter a confiança por parte dos comandos militares.

A insistência de Matias de Albuquerque e de D. João da Costa para que o Rei aceitasse renovar o contrato com o regimento holandês comprova essa opinião. Sob o ponto de vista do soldado, o memorialista Mateus Rodrigues deixou-nos um testemunho que ajuda a entender melhor os motivos das transformações ocorridas na estrutura da cavalaria enquanto força militar nos meses seguintes à batalha de Montijo, também não havendo aí qualquer recriminação dirigida aos holandeses. Em Outubro, van Til passou a comandar a toda a cavalaria do exército do Alentejo, como já foi referido.

O regimento holandês compreendia agora cerca de 400 homens em 4 companhias, sendo comandado pelo tenente-coronel (e mais tarde comissário geral com patente honorífica de coronel junto dos portugueses) Alexandre van Harten. Sentindo-se ofendido com o facto de ter sido preterido no comando da cavalaria provincial em relação a um oficial cuja patente era mais recente, o Marquês de Gravelines regressou a França no início de 1645. Em Março de 1645 deu-se a grande reforma da cavalaria da província do Alentejo, com a extinção dos regimentos estrangeiros que restavam e a redução das companhias portuguesas existentes para nove de cavalos e uma de dragões.

Apenas ficaram ao serviço duas companhias francesas (dos capitães La Morlaye e Tamericurt), outras tantas holandesas (do comissário geral van Harten e do capitão van Inguen) e a companhia do coronel irlandês Jacob Nolano, que era recente e não surge no rol do ano anterior. Todas foram integradas no exército português, deixando de constituir unidades à parte.

A qualidade da cavalaria do exército do Alentejo não melhorou de forma significativa com estas alterações, que foram impostas principalmente por questões de racionalização financeira. Porém, marcaram o final de uma era, no decurso da qual se temeu que, sem o poder de unidades compostas por soldados estrangeiros experimentados nas guerras europeias, a cavalaria do exército português não seria capaz de enfrentar a congénere espanhola.

Doravante, a ênfase seria colocada nos oficiais experientes e capazes, sobretudo oficiais superiores – ainda que a tendência para privilegiar estrangeiros recém-chegados tivesse retomado, aqui e ali, anteriores equívocos.

(continua)

[Na segunda parte deste artigo será analisada a informação constante nos anexos que ficam desde já disponíveis, numa perspectiva da composição do exército da província do Alentejo e sua capacidade operacional.]

Equipamento de “cavalos arcabuzeiros” – couraça de peito e espaldar usada sobre a casaca de couro e capacete do tipo zischagge com protector nasal. Este equipamento mais completo era usado pela cavalaria holandesa em Portugal e por várias unidades de cavalaria portuguesa; na lista do anexo B, é referida apenas nas companhias portuguesas de “cavalos couraças”, mas os de “cavalos arcabuzeiros” também as podiam usar.
Equipamento de “cavalos arcabuzeiros” visto de trás (pormenor de uma reconstituição, com a carabina e o polvorinho em primeiro plano, sendo visível a espada e a bolsa com pistola).
Pormenor da batalha das Linhas de Elvas (1659), água-forte de Dirk Stoop. A maior parte da cavalaria portuguesa aparece representada com casaca de couro e chapéu, um equipamento semelhante ao da cavalaria francesa que combateu em Portugal no período mencionado no artigo, conforme se pode constatar nas listas do anexo B.